sábado, 15 de novembro de 2008

SERINGUEIRA

A seringueira é uma espécie nativa da região amazônica, podendo atingir até 40 m de altura. Possui flores unissexuais, amarelas e pequenas; folhas pecioladas e repartidas em três folíolos, e fruto contendo três sementes. Planta produtora de borracha natural, produto largamente utilizado na fabricação de pneumáticos e em grande número de manufaturados.
Uma das grandes vantagens do cultivo é sua exploração econômica durante o longo ciclo de vida, sem a necessidade de desnudamentos periódicos do solo. Além do mais, a seringueira tem-se comportado muito bem em consorciação com cultivos econômicos de ciclo curto.
Devemos levar em consideração alguns aspectos não vinculados à extração do látex. Um deles se refere à proteção ao solo e aos mananciais proporcionadas pelo cultivo da seringueira, o que a coloca em evidência numa época em que a preservação ambiental está no centro das preocupações, também ganha destaque nas discussões sobre efeito estufa e aquecimento global, uma vez que estudos mostram que a árvore pode fixar carbono e desta forma, contribuir para a redução dos gases de efeito estufa.
As grandes áreas de produção comercial concentram-se no sudeste asiático, destacando-se a Malásia, Indonésia e Tailândia como maiores produtores. A produção brasileira, ainda que tenha apresentado acréscimos nos últimos anos, só responde por 18% das suas necessidades, sendo o restante importado de outros centros produtores.

Pragas e Doenças

Entre as doenças que ocorrem na espécie, o “mal-das-folhas” é uma das mais conhecidas. É causada pelo fungo Microcylus ulei, e é o principal fator limitante à expansão da heiveicultura no Brasil, principalmente na região Norte do país. O dano maior é a queda prematura de folhas, podendo levar as plantas à morte. O controle pode ser realizado utilizando clones resistentes, área de escapes ou com fungicidas.
Podemos destacar também as doenças provocadas pelo fungo Phytophthora spp. Nos últimos anos tem causado danos superiores ao mal das folhas, atacando folhas, frutos e hastes. Os sintomas são: requeima queda anormal das folhas, podridão dos frutos, cancro estriado do painel e cancro do tronco.
O controle pode ser feito utilziando fungicidas, área de escape, limpeza e queima de ramos e galhos infectados da porção mais baixa da copa. Além da requeima e queda anormal das folhas, o fungo é responsável pelo cancro-estriado (cancro-do-painel) e o cancro-do-tronco. O sintoma do cancro-estriado é a interrupção das sangrias durante o período chuvoso, prejudicando a produção.
O cancro-do-tronco pode danificar as plantas com a formação de sintomas de cancro típico, ou anelar levando as árvores à morte.
Quanto às pragas que atacam o seringal, há os ácaros, besouros desfolhadores, mandarovás, formigas, moscas brancas, cochonilhas, percevejos-de-renda, e cupins.
A madeira de seringueira possui alta susceptibilidade ao ataque de fungos e insetos (besouros e cupins), devido à ausência de cerne na madeira e a um alto teor de amido e açúcares, necessitando, portanto, de um tratamento profilático logo após o corte, em um período menor que 24 horas.

A madeira

A madeira é considerada leve mole, de baixa durabilidade natural, tem sido a alternativa complementar mais importante, extraída quando o período produtivo das árvores se encerra .

Exploração do Seringal

A sangria é a etapa mais importante da vida útil do seringal, uma vez que trata da extração do produto final. Abertura de painel deve ser feita quando cerca de 50% das plantas apresentarem circunferência igual ou superior a 45 cm a altura de 1,5 acima do solo. Atualmente há vários sistemas de exploração em uso, sendo que, na escolha, deve-se levar em consideração o clone, a fase de exploração e as condições ambientais. A fim de se obter um maior rendimento da mão-de-obra e aproveitar o potencial máximo de produção das plantas, deve-se empregar sistemas com freqüência reduzida de sangria e estimulação.

Beneficiamento e Comercialização do Látex

O látex pode ser comercializado de forma “in natura”, quando seu beneficiamento se processa fora da propriedade, ou poder utilizado na produção de folhas defumadas, desde que o imóvel disponha de pequenas usinas de beneficiamento. Ainda a borracha pode ser comercializada como coágulos e cernambis. Na região sudeste da Bahia, há uma infra-estrutura moderna de beneficiamento, que, além de absorver toda a produção regional, produz diferentes linhas básicas, desde o látex concentrado até os mais diversos tipos de borracha sólida com demanda no mercado. Segundo dados da Apabor (Associação Paulista de Produtores e Beneficiadores de Borracha), o preço de venda da borracha natural no mercado brasileiro em novembro de 2006 é de R$ 4,30/kg.

Douglas de Souza Paula - Acadêmico do Faculdade de Engenharia Florestal - FAEF - Garça/SP

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